Eu o amei tanto, que no dia que descobri que ele me traiu, a dor foi física. Como se tivessem me decepado um braço. Sem anestesia...
Nem conseguia comer.
Por dias, fui tomada por uma tristeza tão profunda, que só um copo de suco era suficiente. Fiquei magra! Todo médico deveria recomendar essa dieta: "Sofra uma decepção enorme, e mantenha com exercícios"...
Achei que nunca mais fosse me recuperar. Eu queria dormir, e só acordar depois que tudo aquilo tivesse passado.
Aí a mãe, com sábio mantra herdado da Vó, só repetia: "-Calma filha... isso vai passar".
Foram necessários alguns meses repetindo para mim mesma o mantra na frente do espelho, para desatar o nó da garganta.
Três anos depois da separação, recebi um e-mail com o pedido de desculpas.
Eu li o e-mail.
Eu já não sentia amor. E até a dor, acreditem, já tinha passado. Aceitei as desculpas.
Só não vi lógica em nos tornarmos amigos. Questão de confiança... já tinha se quebrado.
Hoje, depois de ter aprendido a lição, eu sei que tudo vai passar. Tanto a dor de um coração partido, quando as alegrias da nova paixão.
Por sorte, tudo na vida é efêmero. E, por ser assim, é só colocar a importância devida em cada situação.
É preciso respirar fundo e ter calma. E confiar no tempo. Ele se encarregará de tudo.