terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mulheres e banheiros públicos

Daí que até meu tio postou texto no face com teorias sobre o real motivo das mulheres irem juntas ao banheiro.
Não há muito mistério a ser dito. Além das fofocas, até rola uma parte solidária. Como diria Mary Help "segura minha bolsa, segura meu casaco, me segura, me segura, me segura...".
Desde pequena toda menina aprende que não deve sentar-se no vaso dos banheiros públicos.Segue-se um ritual. Lava a mão, limpa o assento do vaso com papel, lava a mão de novo, bota papel na borda do vaso, não senta no assento, chega bem pertinho mas não rela a bunda, enrola um monte de papel na mão, seca a ditacuja, desenrola o papel da mão, joga fora, junta o papel do vaso, joga fora , dá descarga, lava a mão e torce por não ter pedaço de papel grudado na bunda, na ditacuja ou ainda, porém não menos pior, grudado no salto. Sim , é por isso que demora. E sim, é depois de suar tanto para fazer um simples xixi que retocamos a maquiagem. É derretimento crônico pelo calor infernal no cubículo do receptáculo.
Agora pense nessa ginástica nesse amplo ambiente de 50X50 cm. A amiga é essencial para dar o amparo moral e prático do esquema. Se tem bolsa, ela segura a bolsa. Se tem blusa, ela segura a blusa. Se não tem papel e você só percebeu depois, é só dar um grito que ela sai procurando de porta em porta para te socorrer. Nessa hora dramática, somos todas solidárias. O problema é quando nos encontramos sozinhas em situações de banheiros que além de públicos, estão em movimento.Vou exemplificar...
Certa sexta-feira, no trecho Guarulhos/Campinas dentro de um ônibus que fazia esse traslado, por conta da idiotice de encher a cara de coca no aeroporto tentando acertar se era ou não Milton Guedes o loiro que ali também estava, a minha bexiga se fez cheia. Não cheinha. Cheia do tipo de não aguentar. Não tinha como fugir do temido banheiro de todos. Pois bem... imaginem todo ritual acima dentro de um ônibus em movimento...
Botava o papel na borda, aquela merda era de metal, escorregava tudo. Tentava ficar semi-quase-flexionada sem encostar, e com a calçola na altura do joelho, me desequilibrava e tombava para frente. Mão direita na parede, pé esquerdo na frente do direito, joelhos encontrados pés para dentro, e quando quase dava o ônibus saculejava. Eu eu ria desesperadamente lá dentro de tão patética que era a situação. Debati-me tanto e dei tantas risadas que quando saí todo mundo ficou olhando para se certificar que eu estava só. Sai indigna, um pouco respingadinha no pé, porém, mega aliviada.
Depois disso até que foi tranquilo chegar no aeroporto.
Chegando lá, combinação ansiedade mais água gerou outra visitinha à banheiros de higiene duvidosa. Mas depois da prova de fogo que eu tinha passado, tirei de letra o desafio, mesmo sem amigas para segurar mala, bolsa, pulseiras, blazer e todo o resto. Muito orgulho de mim.
Para embarcar toda paquitona, fui até a drogaria comprar camisinhas (sou otimista mesmo, e daí). Escolho a sabor menta com recheio de morango e calda de chocolate, dirijo-me ao caixa e ele manda a deixa:
 "-Precisa de uma sacolinha?"  
"-Não, ele nem é tão feio assim!!!" ... (rá)
Luxo!
Fiz a piada da noite, sobrevivi a dois banheiros públicos e de nenhum sai com papel grudado no salto. Nem na bunda. Nem em nada...
Por essas premissas, alguém tinha dúvidas de que seria uma viagem maravilhosa?
Àquela altura, eu já não tinha...*rs
Embarquei. Botei os fones. Como recompensa, Deus me manda Wolfmother aos ouvidos. Prêmio merecido da noite.
Parte "ida" da viagem, tudo lindo... :D
Eu poderia contar todo o resto desse final de semana fantástico, mas acho melhor deixar para outro dia.
E antes que o Adriano pergunte, voltei para a casa com o pacote de camisinhas fechado.
Aos menos serviram para uma piada, né não?
Nem tudo foi perdido... *rs