terça-feira, 14 de maio de 2013

Carta resposta à um amigo...

Querido Carlos,


Li seu texto sobre o amor, e achei um pouco triste. 
É claro que o amor existe. Só a percepção do amor que anda meio distorcida, e é isso que gera toda decepção. Lembrando que a culpa sempre é nossa, e dessa mania incansável de criar grandes expectativas em relação ao amor.
Em primeiro lugar, não acredito que o amor seja só um sentimento. Amor, é antes de tudo, movimento. É dinâmico, muito mais do que a gente consegue perceber. Logo, amar é exercício. Sabe malhar? Academia? Amor é isso. Você deve se colocar disposto à exercitar-se todo dia. Aí entra o lance que sempre digo: Disposição para o amor.
Você pode percorrer todos os bares, todas as esquinas, todo o universo, mas nunca encontrará o amor se não estiver realmente disposto. 
Em segundo lugar, nas regras do amor, não cabe pessimismo. Não vai ser eterno, bote isso na cabeça. Não vai ser uma maravilha o tempo todo. Mas mesmo assim, a gente aceita essa idéia porque os momentos bacanas são realmente mágicos, e compensam todo o resto.
O amor não é eterno, já afirmei, mas é infinito. Confuso, eu sei... Mas amor é exercício, e exercício quanto mais a gente faz, melhor a gente fica. Fica mais habilidoso, desenvolve prática. Então a gente tem que amar muito, e todo dia, para saber mais do amor.
Amor sozinho, do tipo platônico, já é difícil... mas, relacionamento, ah relacionamento... relacionamento é foda. E não estou falando no sentido carnal. Estou mencionando a dificuldade. 
Por isso, meu amigo, não existe razão maior para amar outra pessoa, que não seja a vontade grande de se colocar amando. Qualquer outra não convence. A gente ama quando quer. Porque quer amar. No mais, é tudo drama pra fazer novela e vender livro.
E que negócio é esse de dizer que adolescentes de catorze anos não sabem nada sobre o amor??? Como assim??? haha
Esses Carlos, loucos e despreocupados, sabem muito mais de amor do que qualquer outro adulto no auge dos seus cinquenta anos. Aos catorze, o amor ainda não nos decepcionou. É tudo novo e empolgante. Não nos tornamos receosos, ou medrosos. Nessa época, o amor nos torna invencíveis.
A primeira vez que me apaixonei na vida foi aos catorze. E sim, meu amigo, acredite, foi amor.
Um amor calmo, puro, e muito mais leve do que os amores que se sucederam. Por não saber como agir, acabava me deixando guiar pela intuição, e acertava, sem saber.
E é isso que o amor merece de você, meu amigo. Mais pureza.
Não deixe esse mundo de loucos te contaminar. Gente doente, que falta um pedaço, que te busca como barco de salvação para solidão. Amor não é merecimento, ou redenção. Amor é enfeite na vida. É flor, perfume. E vem pra quem quer.
Queira esse amor meu amigo. Esse amor bom, que acelera o coração, e se desarme. Ele vem. Pode esperar, que ele vem.
Palavra de quem te gosta muito! Pode confiar!

Beijos

De sua amiga mais romântica 

Jéssica Biscaia