quarta-feira, 29 de junho de 2011

Clara , Ana , e quem mais chegar!


A vida é um eterno balanço entre perdas e ganhos.
Há 3 anos falecia Dona Anésia , a grande matriarca da família.A origem de tudo.O começo de uma linhagem cheia de mulheres corajosas .E ela foi sem dúvida o maior exemplo de coragem que já vi.
Em contra-partida , chega Ana Clara.A primeira das bisnetas.A continuidade.
Chega no meio da confusão , de um jeito pouco convencional , mas chega linda , clareando so dias tristes que vivíamos até então.
Os lugares que ficam vazios à mesa começam a ser preenchidos.
A esperança é renovada .
Está na hora de  fazer menino pra deixar esse saldo positivo logo .
Afinal , Natal só faz sentido com um bando de catarrento esperando pelo bom velhinho.
Ana Clara , que seja bem-vinda , e muito abençoada!


terça-feira, 28 de junho de 2011

"A urgência da necessidade"

Hoje logo cedo li no face da Arlise algo muito legal.Sobre a necessidade de quem precisa ser urgente.Ela faz um pedido de cobertor e colchão e bota que é pra já.
E eu acredito do fundo do meu coração nisso , porque quem precisa , precisa para agora.
Aprendi isso em casa.De muito pequena.
Quem tem fome , quem tem frio , precisa de ajuda na hora.
E isso é a máxima que explica a tão inexplicável cesta básica que fica no meu carro.*rs
É , eu ando com uma cesta básica no porta-malas.Não completa , nem muito sofisticada , mas o básico sempre tem.
Com a quantidade de pessoas que moram em casa não damos conta de consumir tudo.
Uma maneira para não deixar para depois.
A gente cruza com oportunidades de ajudar o próximo o tempo todo.
Nos faróis , na rua , em todo lugar.
Nessa hora o pacote de arroz em casa não ajuda.Então ela vai para o carro.
E a blusa de frio que eu não uso mais  tem o mesmo destino.
Quem nunca encontrou com alguém desagasalhado numa noite fria em busca de uns trocados?
Pouco , muito pouco comparado à tanto que todos precisam o tempo inteiro.
Ninguém salva o mundo com um pacote de bolacha.
São pequenos gestos , mas que ajudam a não nos deixar anestesiados e alheios , achando que não é problema nosso.
O problema sempre é de quem faz parte da solução...
Bora todo mundo botar o velho agasalho no carro também? : D

sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Cabelos curtos"

Decidi botar isso aqui para compartilhar algo que acaba de me ocorrer.
Cortei o cabelo semana passada.Curto , curto mesmo.
O cabelão era bonito , longo , liso natural, sem caspa , cheiroso que só.Mas cortei.Tudo.
E quando apareci com as madeixas atiradas à fogueira a pergunta que mais ouvi foi : - Poque você cortou os cabelos?
Porque quis seria uma resposta de bom tamanho.
Mas eu mesmo parei e me fiz essa pergunta.
E cheguei à resposta não muito tempo depois.
Cortei os cabelos porque viviam presos.
Era um cabelo comprido , cheio de vida , todo selvagem que só se mostrava de vez em quando durante poucos minutos em alguns eventos.
Livrei os fios do elástico.
Enfim , soltos para sempre.
Até onde vale à pena manter algo preso , atado à você , sem poder mostar o próprio brilho , o próprio balanço , a própria leveza?
O problema do cabelo foi fácil.Um tesoura resolveu.
E quando temos pessoas atadas?
Estão ali , estão disponíveis , cheias de vida e acorrentadas à nossos caprichos.Eternamente amarradas por laços invisíveis que somos incapazes de soltar.
O cabelo mesmo curto anda brilhando que só.E saculeja para onde quer que o vento sopre.E me deixa mais feliz e mais bonita , porque entramos num acordo.Ele vive , eu vivo e ninguém prende ninguém.
É impressionante o que um corte de cabelo pode fazer por você...*rs

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Lugares vazios à mesa...

Envelhece quem tem sorte.Mas não que envelhecer seja fácil.
Vem as dores no corpo e os problemas de saúde.
A agilidade foge.A flexibilidade abandona.E a paciência de todos em volta parece que toma o mesmo rumo.
A velhice é injusta.Depois de acumular tanto conhecimento ao longo da vida , chegamos ao fim sem ter ninguém para parar e escutá-los.
A velhice vem com a solidão.
Pouco a pouco os lugares vão ficando vazios à mesa.
Amigos , irmãos.
A turma de buraco já perde as parcerias.
O marido perde a esposa , os filhos perdem a mãe.De novo falta.
Falta alguém no Natal , falta o aniversariante para o aniversário.
E mesmo com todo dinheiro para comprar a juventude estética , não há dinheiro que pague o que dentro de nós envelhece.
A visão falha.A audição falha.A memória falha.
A vida deveria ser de fato como o texto de Chaplin que diz que deveríamos começar velhos e terminar num delicioso orgasmo...
Mas não acontece assim.
Mas com tudo isso ainda não quero me privar da sorte de envelhecer.
Porque por todos os desencantos que a velhice traz , ainda assim , é melhor viver a vida até o fim...