Não se sentia ela mesma quando calçada.
Adorava a sensação dos pés no chão.
No asfalto quente, saltitava com meia- ponta, imitando uma quase dança.
Encardia os pés de propósito, só para na hora no banho, sentar no chão do box e esfregá-los com força. Nessa hora, ela dizia voltar a ter cinco anos... ah, muitos múltiplos de cinco já haviam passados por ali.
Outro dia andando na terra, teve o pé perfurado por um espinho. Mas é isso que dá quando se anda descalço... o pé acaba machucado.
Mas ela não ligava.
Ela não tinha só os pés descalços... tinha o corpo todo "descalço"...
E não tinha dor de espinho que ela não soubesse que passava.
Basta uma pinça, e um pouco de tempo.
É preciso saber da dor, pra saber que ela passa.
Toda dor é passageira...
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