segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Há que se inventar o amor

Dizem que o amor morreu. Mas eu duvido que um dia ele tenha existido.

Quando Adão reconheceu Eva, não foi amor. Foi algum tipo de carência mútua, onde os dois se faziam companhia e desfrutavam de sexo sem compromisso, já que não havia cerveja ou um baralho com cartas para jogarem truco. Aquilo nunca foi amor.

Dalila nunca amou Sansão. Cleópatra não amou Júlio César, nem Marco Antônio. Em todos esses casos, era disputada de poder, muito de vaidade. Nada, nada de amor.

Julieta nunca amou Romeu. Aquele aperto no peito que ela sentia, vinha do espartilho que acentuava a cintura. Isso a confundiu. E que fim trágico os dois tiveram.

Ao considerarmos os espartilhos, durante toda a idade média, não houve amor.

Édipo até que amou Jocasta. Mas parece que esse tipo de amor não era bem aceito pelos psiquiatras. Sorte dele ter nascido filho de Jocasta, e não de Medéia.

João não amava Teresa. E Teresa tampouco amava Raimundo. E o resto do poema segue no mesmo ritmo. Só Lili que estava certa, e admitia sem medo, o vazio do próprio coração.

Marília e Dirceu nunca se amaram.

Nem os casais que se encontraram no Tinder.

O amor ainda não foi inventado.

Há que se inventar o amor. 






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