segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sobre abrir-se...

A gente toma um tapa da Vida, e se deixa endurecer um pouquinho.
O tempo passa, a gente baixa a guarda, e quando abre uma janela, toma outro tapa.
Aí a gente caleja, e fica um pouco mais duro.
E a cada safanão, vamos nos endurecendo mais. Até ficarmos inacessíveis. Presos em carapaças que criamos para não sermos afetados.
Mas eu não acho que os "tapas" que a Vida nos dá, sejam para nos endurecer.
Muito pelo contrário.
Quando a gente pega o martelo e solta no côco seco, é para que ele se abra, e nos ofereça o que ele tem de mais doce. O que ele tem de melhor.
A cada martelada, o côco se abre mais. 
Eu acho que é isso que a Vida quer da gente. 
A cada pancada, que a gente crie frestas para que nossa doçura escorra. 
Eu sei que é horrível estar vulnerável.
Mas controle não passa de uma ilusão boba, que serve só para distração.
Abrir-se, para receber. Abrir-se, principalmente, para doar-se.
E perceber que é nessa troca que está felicidade que a gente não encontrava, por estarmos "protegidos", com medo de sofrer.






2 comentários:

  1. EXCELENTEEEE!!! Concordo com a filosofia do côco (até achei que fosse mencionar o martelo de amaciar carne, mas ficaria estranho no seu texto poético... rsrs). No meu caso, embora concorde com a sua filosofia, ainda tenho que aprender a usar as marteladas da vida para desfrutar dessa TROCA tão necessária em nossas vidas! ;-)

    ResponderExcluir
  2. FANTÁSTICO!!!
    Parabéns, menina Jessica, mais uma vez, pelas belas, sábias e maduras palavras!
    Você é, sem dúvida, uma menina iluminada que veio para nos ajudar com suas doces (e sinceras) palavras...
    Ainda acho que você deveria nos presentear com um belo livro...
    O que acha?
    Fica aí a dica...
    Beijinhos...

    ResponderExcluir